quarta-feira, 6 de julho de 2011

O Branco


Não entendo esse poder que o branco tem sobre mim, ele é o que grita meu nome quando abro meu guarda-roupa em busca de uma peça de roupa. É o primeiro a entrar no meu campo de visão quando tento escolher alguma cor para pintar ou enfeitar algo importante. Porem ainda continua sendo o primeiro a me amedrontar quando estou tentando encontrar as palavras. Assim como a maioria dos futuros escritores que existem por ai, um desejo que apenas vocês entenderam é quando eu disser que sempre quis ter um caderno com folhas brancas. Aqueles que parecem ter uma capa tão antiga que ao menor toque parece se despedaçar, e que carrega mais historias que todos os anos das nossas vidas. Com as folhas tão branquinhas que ao contrario do exterior parecem nunca terem sido tocadas. Claro, acho clássico e encantador um caderno como esse, mais ao contrario de muitas pessoas não conseguira abri-lo e despejar as palavras, pela cor, pelo branco que parece me travar. Talvez ele seja tão puro que eu não tenho a coragem suficiente para estragar toda essa beleza, apesar de que alguém ou talvez tenha sido eu mesma? Me faça pensar que o preto e o branco se completam, e apesar do branco amedrontar ele sempre esteve e sempre estará esperando a cor que o complete e o deixe inteiro. E assim vem nos mostrando que o caminho do medo pode sim ser o certo e o que traga a tão almejada felicidade

4 comentários:

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  2. Eu tinha um caderno. Esse caderno eu mesmo tinha feito.. meus catequistas ensinaram a fazer quando eu era menor. Eu gostava muito dele e guardava direitinho... eu pensava em escrever nele um dia, mas não tinha coragem, tinha medo de estragar e perdê-lo pra sempre. Até que um dia eu o vi em cima da estante, ao lado do telefone todo riscado. Minha mãe tinha pegado na falta de papel :)
    Minha reação? quase esganei minha mãe.. mas depois fiquei numa boa.
    Mas acho que te entendo quando você diz que não tem coragem de escrever em folhas tão brancas. Parece que elas foram feitas para ficarem brancas eternanemente. Mesmo que nossa vontade seja o contrário.
    Eu não gosto muito de escrever no papel.. só qdo não tenho um pc disponivel. É que eu demoro escrever e as ideias fogem asuhashaushus.
    Sabe, não sei se o caminho do medo é o certo.. pode ser uma alternativa, desde que o enfrentemos e nos encorajemos a riscar, escrever e colorir nossa vida.. uma página em branco é dada a nós todos os dias. Eu queria muito ter coragem de escrever nessa página como gostaria, mas ainda me sinto travado... mas a gnt vai vencendo isso a cada dia ne? ^^

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  3. O branco também me amedronta, todo essa vazio a espera de algo que lhe complete, destaque, complemente. Mas o branco que amedronta também é muito tentador, afinal, ele nos dá a possibilidade de iniciar novas histórias. E iniciar muitas vezes é melhor do que continuar algo já escrito, já vivido. É o branco que nos põe à frente possibilidades vastas criadas por nossa imaginação, e por que não colocadas em prática?!

    Beijo Fernanda!
    Como sempre, texto encantador!

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  4. Sim, os escritores entendem o que você diz, querida Fernanda, haha.

    Eu tinha visto um caderno lindo na Saraiva, o escondi e uma semana depois voltei para compra-lo. Ele era lindo, tinha pontas arredondadas e a capa era dura com cor marrom. O que mais me maravilhava nele não era só a sua brancura total das páginas ausente de linhas como o temor que ele me passava, ao ponto de eu nunca ter escrito uma palavra sequer.

    No final eu mandei ele para uma amiga minha que desenha, com certeza ela saberia o que fazer com ele, ao contrário de mim, hahaha.

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